MTV ao Vivo: Tributo a Legião Urbana

Ir em dois shows em um mês é fantástico, e quando um deles é de alguém que você nunca imaginava poder ver é melhor ainda.

No dia 11 desse mês fui ver The Kooks na via funchal, de mezanino porque pista já tinha acabado. Fiquei decepcionada um pouco com medo de não aproveitar o show como aproveitaria na pista, mas o resultado foi outro. Do mezanino dá pra ver tudo, eu com certeza nunca tinha visto um show inteiro tão perfeitamente, e outra, no mezanino dá pra dançar sim! Prova disso é a empolgação que “Do you wanna” e “Down to the market” causaram em todos que estavam ali em cima do meu lado. Ouvir “Sway”, “Rosie” e “How’d you like that” ao vivo é uma coisa enorme, que explode na sua cara assim que eles começam com “Junk of the heart”.

Só ter visto isso em maio já seria muito bom, mas assim que eu fiquei sabendo da possibilidade de ver Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos num palco, tocando junto, eu sabia que tinha que fazer qualquer coisa que precisasse pra participar disso. Confesso que fiquei desconfiada de início pelo mesmo motivo que todos os fãs: ver alguém que não era o Renato Russo nos vocais da banda que sou fã. Mas Legião não era só o Renato, era o Dado e o Bonfá também, principalmente para mim que sempre amei as letras tanto quando a música que as embalava.

Legião Urbana é definitivamente a banda que eu mais gosto e a única que poderia tocar qualquer música nos shows que eu saberia acompanhar, então a setlist não era um problema, apesar de que seria decepcionante se a escolha fosse baseada nos hits da banda. Mas não foi. Não vou dizer aqui todas as músicas que foram tocadas nem a ordem, mas, acertadamente, foram tocadas músicas de todos os CD’s (que não são poucos), e nem sempre as músicas-rádio. Até “A Tempestade” e “Uma Outra Estação” participaram do show, com as ótimas contribuições de “A Via Láctea”, “Antes das Seis”, e a linda “Esperando por mim”, que diga-se de passagem acho que só eu cantei (o que é triste porque é verdade, é linda). E tenho que falar de “Fábrica” aqui, que foi tocada já no começo do show, e que não foi aquela coisa gigante que é a versão do “Música p/ Acampamentos”, mas foi lembrada como deveria ser.

Quanto à performance de Wagner nos vocais, não foi nenhum problema, até porque poucos foram os momentos em que consegui notar, já que os legionários cantavam o tempo todo fazendo com que fosse impossível escutá-lo na maioria do tempo. E o seu comportamento no palco foi o que eu já esperava: de um fã de verdade. Sem imitações, sem nada forçado.

O ambiente da casa era ótimo: antes do show começar, clipes dos anos 80 embalavam o local (com direito a the cure e a original head on com pixies) e eu só conseguia pensar em uma coisa – como seria fantástico se o Renato pudesse ver isso. Pudesse ver a multidão cantando “Será” sozinha, gritando “Renato” e “Salve Legião” sem parar, e ficando em êxtase total ao ouvir “Perfeição” e “Duas tribos”.

Enfim foi muito bom, só ficou a vontade de cantar de volta para o Bonfá e o Dado: “Não vá embora, fique um pouco mais…”